sábado, 23 de outubro de 2010

Cartas de amor - Parte 1: Os (meus) desvaneios


Olá meu amor,

Apeteceu-me escrever, para ti, mas não sabia ao certo como o fazer. Não sabia se me debruçava no parapeito da janela do meu quarto, que nunca te confessei, mas é o sítio onde penso mais vezes em ti, porque lá o sol brilha e reconfortava-me o coração, ou se ficava simplesmente por aqui, no computador, a ouvir música enquanto as palavras soltam-se e conjugam-se naturalmente, enquanto a imagem do teu sorriso não me abandona o pensamento. 
Então decidi escrever por aqui, por saber que virás, por saber que gostarás de todas as palavras que aqui vou escrevendo e também, porque assim posso mostrar ao mundo, ou pelo menos a todos os que gostam de me ler que o nosso amor é diferente. É verdadeiro e é isto que mais gosto em nós, a nossa capacidade de nos amarmos sem pedirmos nada em troca. E o melhor disto é que damos e recebemos sem pedir, sem exclamar um pedido, simplesmente nós somos melhores juntos do que separados e eu gosto disso.

Gostava de conseguir expressar melhor todo este sentimento, mas sabes que as palavras ficam melhores escritas, por serem sinceras e por apenas conseguir ser eu própria quando escrevo. Tu sabes que é difícil para mim falar destas coisas, digo vezes sem contas "amo-te", mas se reparares sempre que falo do nosso amor, ou até de amor, é através de um papel e de uma caneta, por ser mais fácil e por saber que assim não fico vermelha. 

Gostava de escrever melhor, gostava de não repetir sempre as mesmas palavras, gostava que elas saíssem e ficassem belas só por eu encantar a minha escrita, mas a verdade é que não tenho o dom para ser escritora, e como eu gostava de o ser, gostava de viver das minhas palavras, gostava de ter sucesso pelos pedacinhos de amor que saem do meu coração e que ganham forma de palavras, eu gostava tanto.

Eu sei que se tu pudesses realizarias todos os meus sonhos já amanhã, mas ambos sabemos que o mundo não vive só de vontades, que é preciso dedicação, amor e carinho e, muitas vezes, se não fosses tu eu não arriscava por algo, deixava simplesmente passar aquela oportunidade que, provavelmente, nunca mais a iria ter. Se não fosse a tua força de vontade para me ver feliz, eu não teria feito todos os "disparates" que fiz até hoje. Digo "disparates", mas na verdade foste tu que me ensinaste a viver o momento. E agora a filosofia "carpe diem", não me abandona os dias, porque eu sei que amanhã pode não haver um nós e, agora eu quero, mais do que nunca, deixar o orgulho de lado, a mágoa no canto mais remoto que possa existir e conversar. Sim, quero falar de nós, das nossas coisas, do nosso amor e das nossas vidas. Quero, quando discutirmos, ouvir o teu lado, tentar percebe-lo, mesmo que pense que não tens explicação, quero, acredita que quero, falar em vez de discutir, quero tanto viver o máximo possível de sensações deliciosas contigo, por saber que amanhã pode já não haver amanhã.

Com amor,
Da tua e sempre tua
J*

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